quarta-feira, 18 de março de 2009

O dia em que um gol valeu mais que uma vida

Último minuto de jogo. Placar de 1x0 para os donos da casa. Os visitantes vão ao ataque. O atacante está cara a cara com o goleiro, pode de ser o gol do empate. Vai marcar... PEI! Ouve-se um disparo vindo da torcida local. O atacante é atingido na cabeça e cai morto no momento em que poderia empatar a partida.

Esta história é verídica e aconteu esta semana no Iraque. O jogador do time amador Buhairat foi morto por um tocedor do time adversário, o Sinjar.

Fiquei indignado com esta notícia, não só como ser humano, mas como um amante do futebol e frequentador assíduo dos estádios, que teme pelos absurdos que possam vir a ocorrer. O futebol, como qualquer esporte, envolve alegrias e tristezas, vitórias e derrotas. E isso deve ser encarado naturalmente.

O gol é o momento mais importante do futebol. É na hora do gol que as emoções vêm à tona. É na hora do gol que deixamos escorrer as nossas lágrimas, tanto de alegria pelo gol marcado, quanto de tristeza pelo gol sofrido. Mas desta vez o choro foi pela dor da perda, não pela perda do gol, mas pela perda de uma vida, pela perda do valor da vida, pela perda do brilho do esporte.

O tiro do torcedor iraquiano pode ter significado a vitória, sem nenhum brilho, do seu time. Mas significou, principalmente, a derrota do esporte, a derrota da paz. Aquele tiro dado no Iraque não atingiu apenas o jogador do Buhairat. Atingiu, também o coração dos verdadeiros amantes da beleza do esporte. Atingiu o coração de toda pessoa de bem, que viu uma vez mais, a vida ser tratada de uma forma tão banal. Será que uma vida pode valer menos que um gol?

O que nos resta agora é torcer para que episódios lamentáveis como este não se repitam. E que consigamos ter mais paz no esporte e, principalmente, na vida.

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