segunda-feira, 20 de abril de 2009

Baseado (em fatos reais)... - Cap 01

Era uma vez, num lugar não muito distante, um garoto. Nascido em berço de ouro, sempre foi tratado pelos seus familiares como um príncipe, que cresceria para se transformar em um Rei. “Ah! Vai herdar o legado do pai!”, diziam. Mas a garoto, extrovertido e feliz na infância, foi ficando mais tímido, devido ao peso de “Herdeiro do Legado” nas costas... Com a timidez, ficou isolado, sem amigos, solitário...


Encostado num canto, com o rosto entre os joelhos, o menino chorava, esperando que alguém aparecesse, e lhe estendesse a mão. Mas ninguém apareceu, e a solidão tomou conta da sua vida. Inconscientemente, o garoto foi construindo um muro ao redor de si. Inicialmente, apenas uma parede, mas que com o tempo, foi ganhando altura, e espessura. Passou a ser apenas um muro, depois uma muralha, e enfim, uma Fortaleza Impenetrável.


Até que um dia, outro garoto apareceu, do lado de fora da Fortaleza. Curioso, bateu no portão de aço escuro e gritou:

- Posso entrar? - O construtor da muralha ficou confuso e sem saber o que fazer diante dessa pergunta.

- Ora, que criatura é essa que ousa me importunar nos meus domínios? - perguntou o garoto da Fortaleza.

- Me chamo Roberto Cipreste, e gostaria de entrar nessa Fortaleza. Tu és o dono dela? Como se chamas?

- Chamo-me Don Ricardo, e não sou apenas o dono, como também o construtor e único morador. A entrada de estranhos é terminantemente proibida.

- Único morador? Então deve ser extremamente solitário aí dentro, não? Deixe-me fazer companhia...


Mais confuso do que nunca, Don Ricardo, olhou por uma pequena abertura a fim de ver quem era esse ser tão curioso. Viu nada mais do que um garoto comum, mas de um carisma imenso. Gostou de imediato desse tal Roberto Cipreste, e perguntou:

- Se eu permitir sua entrada, o que ganho com isso?

- Ora, ganhas minha companhia, e isso não é pouca coisa diante dessa solidão que te dominas...

- Solidão? Quem disse que estou solitário?

- Você está sozinho, nessa imensa Fortaleza, como não poderias sentir-se solitário?

- Ok, você venceu. Estou solitário sim, mas isso não me incomoda. – Mentiu Don Ricardo.

- Duvido muito, pois ninguém agüenta passar muito tempo sozinho. Deixe-me entrar, e verás que estou certo.

- Refletirei sobre seu caso...


Com uma dúvida imensa no peito, Don Ricardo pensou silenciosamente. Já o outro garoto esperou pacientemente, mas não em silêncio. Contou detalhes da sua vida: sua família, seu passado, suas agonias, seus desejos, seus sonhos... E com isso, ia cada vez mais conquistando o coração amargo de Don Ricardo, conquistando sua admiração, e a vontade de estar junto desse carismático garoto...


Após um longo tempo, quando Roberto estava quase desistindo, um rangido alto fez-se ouvir, e os portões de aço começaram a se abrir, lentamente. O garoto então finalmente entrou na Fortaleza, e assim que os portões se fecharam atrás dele, uma grande rachadura apareceu, mas a Fortaleza Antes Inpenetrável ainda manteve-se de pé, e assim está até hoje...


Continua no próximo capitulo! ;)

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