segunda-feira, 18 de maio de 2009

Espera

Ao nascer do sol, me levantei e fui até o terraço. Assisti aos raios de luz tocando a terra, as arvores e a água. Respirei fundo, sentindo o cheiro frio do amanhecer. Fui até o banheiro e lavei o rosto, encarei o espelho e vi um homem, sua expressão era vazia, como se lhe faltasse algo.

Voltei ao terraço e saí para andar pela propriedade. Lembrando em cada canto, lembranças de uma vida que nem parecia ter sido minha, como se eu visse um filme de outra vida, de outra pessoa. Continuei andando até chegar numa arvore solitária em cima de um pequeno morro, que me oferecia sombra em troca de minha companhia. Sentei em seu pé e encostei-me em seu tronco, com a casca ainda fria da madrugada solitária.

Fechei os olhos e deixei o tempo passar. O vento batia em mim, alisando meu rosto, aliviando minha dor, me fazendo resistir à espera, a espera pela peça que talvez me completasse. À sombra da arvore, esperei todo o dia, esperei o meu amor, que me abraçaria e me completaria, fazendo daquelas lembranças, uma verdade.

Quem será o meu amor? Onde ela se esconde?

Nenhum comentário:

Postar um comentário